o evento
A Semana de Arte TRANSviada é um evento que propõe olhar para a comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna por um novo prisma: artes propostas, concebidas, elaboradas por pessoas trans, ou sobre pessoas trans.
Diferente da Semana de 1922, o momento atual propõe que não mais artistas renomados venham falar sobre as vivências das pessoas que estão à margem. São essas as próprias autoras de suas falas, subjetividades e elaborações estético-poéticas: a “vanguarda” contemporânea, que choca a sociedade pelas elaborações de arte-vida que transbordam para além do “CIStema”.
ARTE TRANSVIADA
Por esse motivo, utiliza-se o termo TRANSviada: uma arte feita por e/ou sobre pessoas dissidentes de gênero/sexualidade. O termo também evoca o significado da palavra TRANS como “ir além de”, por esse motivo, arte TRANSviada é aquela que vai além da via que já foi proposta. Aqui, essas vias de acesso são livres e em código aberto. Aprendemos conforme fazemos, em constante evolução. É a arte que se mantém em trânsito, que não quer sair do trânsito. Por esse motivo, ela permeia por diferentes espaços, sensações, sentimentos e relações.
Inanna, 2022 - Arte Digital por Paul Parra
DIVERSIDADE
A diversidade será amplamente abordada, discutida e repaginada, ao longo da Semana, por meio das apresentações artísticas de diferentes linguagens. Será o momento de (re)pensar sobre as dinâmicas sociais a respeito das vivências que escapam do padrão, para questionarmos aquilo que é visto como “normal” e “natural”. Também é uma oportunidade de refletir sobre biodiversidade, na íntima relação da forma como lidamos com as diferentes formas de vida que habitam nosso planeta. É uma forma de conscientização e um alerta para a urgência de revisar nossos pensamentos e comportamentos, individual e coletivamente, para que, de fato, possamos sobreviver enquanto espécie humana.
DESCENTRALIZAÇÃO
São duas semanas de eventos, em duas diferentes cidades do Interior do Estado de São Paulo: Campinas e Sorocaba. Esse movimento também dialoga e questiona o espaço geográfico: na semana de 22, os artistas se reuniram no Teatro Municipal da maior cidade do Brasil, como uma forma de validar e visibilizar a arte que estava sendo proposta. Aqui, o movimento caminha por estratégias diferentes: um movimento de ampliar a visibilidade dus artistas em outras regiões do Estado, de forma descentralizada.
Cartaz da Semana de Arte Moderna (esq./acima), por Di Cavalcanti e cartaz da Semana de Arte Transviada (dir./abaixo), por Paul Parra
(RE)EXISTÊNCIA
A semana de arte TRANSviada traz consigo formas provocativas e sensíveis de entremear as questões sociais, culturais e políticas. Buscam-se os entre-lugares artísticos, os quais potencializam corpos e sujeites trans como produtorys de cultura popular dissidente, a partir dos próprios processos subjetivos. Dessa forma, a arte dissidente e TRANSviada adquire valor de resistência, subversão e transgressão, frente à sociedade brasileira e a onda conservadora na qual o país se encontra atualmente.